segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mudanças de Hábitos

A primeira guerra mundial gerou muitas mudanças no vestuário, principalmente o feminino. Nesse período onde os homens vão para os campos de guerra, as mulheres assumem o lugar deles na sociedade, mudando assim os hábitos e consequentemente o vestuário.
Em tempos de guerra o estilo militar é refletido na indumentaria, com o uso da cor cáqui, cintos acima da cintura, jaquetas, e é nesse momento que aparece os primeiros bolsos nas roupas femininas.
O desejo que uma vida mais pratica é percebido na moda quando surge as camisas femininas sem abotoamento, vestidas pela cabeça. As mulheres também começam a adotar roupas bifurcadas para o trabalho. Devido a toda esse movimentação da vida operaria surgem os primeiros sutiãs para dar sustentação aos seios.
Em 1920 a moda segue duas vertentes. Uma tradicionalmente feminina, evocando os modelos históricos, com rendas, fitas , saias esvoaçantes etc. Já a segunda nomeada de “La garçonne” se apropria de um estilo andrógino, jovial, meio moleque. Essa segunda vertente causou uma mudança drástica no físico, adotando agora um corpo delgado e esbelto. Os espartilho nesse período não foi dispensado, ele agora servia para suprimir as curvas.

Gabrielle Coco Chanel,foi uma figura importantíssima nessa época, revolucionando com sua simplicidade, trazendo tecidos como o Jersey(usado para as roupas debaixo) para as criações de moda. Foi a primeira pessoa a nomear um perfume com seu próprio nome, que tinha o frasco desenhado por ela, inspirados nos elementos cubistas da época. Coco Chanel divulgou de forma muito competente o estilo “La garçonne”, introduzindo peças masculinas do vestuário feminino, usando calças em situações comuns... E ornamentando esses looks, ela preferia jóias falsas e semi-preciosas, pois as jóias tinha agora a função de ornamentar e não ostentar.

A simplificação do vestuário se estenderam ao vestuário masculino também, aceitando cada vez mais as roupas informais e eliminando as categorias de, roupa para o campo, roupa para a cidade, noite, dia etc. Alguns homens insatisfeitos com as formas criadas pelos estilistas criam o Menś Dress Party que reivindicava roupas que oferecessem “estética,conveniencia e higiene”.
Entre 1925 e 1929 a moda penetra em todas as camadas da sociedade. Isso foi possível por causa do surgimento das casas de copias, os jornais começam a publicar moldes gratuitos, começam a surgir pessoas responsáveis em fazer aconselhamentos de moda... A alta costura já não tem mais sua exclusividade, pois os produtos da alta costura nesse período é filtrado até atingir os níveis mais baixos da sociedades. Inicia -se então a popularização da moda.

domingo, 12 de setembro de 2010

A Era eduardiana, era da opulência!

1900 a 1913, um espaço muito curto de tempo, historicamente falando, mas não para a moda. Foram anos de muita elegância, ostentação, excessos e exotismos e também o período que antecedeu a I Guerra Mundial. As roupas já eram sinônimo de status social, Paris continuava sendo a capital da alta moda e as etiquetas que indicassem sua origem parisiense significavam que seu dono com certeza vivia muito bem financeiramente. A ditadura da moda era seguida rigidamente, e qualquer um que tentasse se arriscar um pouco mais era colocado de lado, ganhava vários olhares tortos e então era excluído das altas rodas se não voltasse ao “normal”. Uma sociedade de poder e nível social elevados, que viviam de passatempos amenos, como caminhar pela esplanada de Biarritz (uma cidadezinha francesa muito freqüentada no verão) ou cavalgar na Rotten Row, em Londres.

As mulheres usavam camadas intermináveis de roupas, se vestir era algo extremamente trabalhoso que elas nunca conseguiriam fazer sozinhas, por isso a criada sempre ao lado para ajudá-las. Eram muitas roupas de baixo, o espartilho que apertava e definia o corpo, transformando-o em um “S”. Sem falar nas roupas externas que também era um exagero. Vestimentas nada confortáveis, que obrigavam a coluna e pescoço a ficarem eretos, golas altas (colarinhos altos, para os homens) para manter a cabeça numa postura arrogante. Rendas, babados, aplicações em pedras, bordados, tudo isso fazia parte do extenso guarda-roupa. Os acessórios também eram apreciados (e recomendados), obrigatórios em alguns casos, como os chapéus, sombrinhas para mulheres e bengala para os homens. Os chapéus femininos eram incríveis, um mais criativo que o outro, com penas/plumas, laços gigantescos e grandes, muito grandes. O vestuário masculino não sofreu uma grande mudança, foram se tornando menos formais com o tempo, mas não perderam a elegância do terno e gravata.

As cores eram muito suaves, a maioria em tons pastéis. Tons mais fortes e vibrantes foram acrescentados ao vestuário pela influência dos figurinos brilhantes e coloridos dos Ballets Russes de Léon Bakst. Vestidos multicoloridos das damas eram pontuados pelo preto e branco de seus acompanhantes.

Catálogos de moda começam a surgir nas lojas de departamento, e as “tendências” de moda divulgadas em cartões-postais e cartões de cigarro. A moda também começa a ser inserida na imprensa, jornais e revistas na França e Londres, primeiramente. As mulheres que não tinham condições comprar roupas tão caras tinham a opção dos moldes de papel e costuravam elas mesmas em suas casas. Ou então, o caso dos mais pobres que compravam roupas de segunda mão e dependiam da caridade.

“A era da opulência” termina com o inicio da guerra, obrigando que ostentação exagerada dê lugar a uma sobriedade forçada.

domingo, 5 de setembro de 2010



Um sarau é um evento cultural ou musical, realizado geralmente em uma casa particular, onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente. Um sarau pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música e também outras formas de arte como pintura e teatro. Era um evento bastante comum no século XIX, e hoje em dia, por seu caráter de inovação, vem ganhando espaço novamente.
Estas reuniões eram muito importantes e prestigiadas, pois era uma das poucas oportunidades em que as moças podiam sair de casa e ter um contato mais próximo com os rapazes. Era o momento em que se conheciam, conversavam, dançavam juntos e até flertavam.
Na última quinta-feira, envolvidos em uma atmosfera de contos, poemas, músicas e aforismos,
relembramos um típico sarau do século XIX, com direito à personagens caracterizados, doces e vinho.
Assistimos partes do filme "Orgulho e Preconceito", onde pudemos observar as vestimentas, as festas
e o comportamento da época, além de cenas de balés tradicionais.
Autores como Aluizio Azevedo, Castro Alves, Machado de Assis, entre outros, embalaram a noite.
E o final não poderia ter sido diferente, nosso primeiro sarau foi fechado com chave de ouro, ao som de Chiquinha
Gonzaga, ousada compositora, maestrina e abolicionista.