quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Movimento Hippie



























































O movimento hippie foi uns dos primeiros movimentos em massa de contracultura. Inicializou-se na década de 60 e teve seu auge na década de 70, porem, só chegou ao Brasil por volta de década de 80. Os integrantes deste movimento são da geração baby boom/pós guerra. Eles pregavam a paz e seus lemas eram paz e amor, flower Power e o amor livre. Essa geração conquistou os grandes festivais de musica, os centros acadêmicos e as ruas (protestos). Buscavam uma ligação com natureza, e isso refletia nas suas roupas, se vestindo com roupas soltas ao corpo, lembrando um estilo mais rupestre. Eles também eram anti consumistas usando roupas desbotadas, rasgadas, com tingimentos caseiros etc. Até hoje as calças boca de sino, estampas indianas e tie-dye.

Buscando inspiração nesse movimento para o ensaio fotográfico, optamos por roupas com tié-dye e estampas indianas, escolhemos um cenário externo, em meio natureza e a modelo está na maioria da vezes em poses contemplativas, admirando a natureza a sua volta. Dessa forma, buscamos recolher características importantes desse movimento, tanto estereotipadas, quanto ideológicas e traduzi-las em imagens, relembrando um dos maiores movimentos da historia.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Ostentação e Contraposição

Os anos 80 foram anos prósperos economicamente. a nostalgia estava em voga, valorizando artigos mais antigos, porém vigoravam tendências enfatizando os aspectos negativos do período, como o estilo punk. O movimento punk nasceu em Londres em 1976, contruído por jovens estudantes desempregados. Vivienne Westwood e McLaren contribuíram muito na formação da identidade punk, pelo fato de terem produzido o visual do Sex Pistols. Além de Londres, o moviento se desenvolvia também em Nova York, eram jovens anarquistas, niilistas e seu visual era muito controverso ao visual hippie cheio de cores e psicodelia, o estilo punk era quase totalmente preto.
As roupas eram feitas em casa, compradas em lojas de roupas usadas ou excedentes do exército. Porém havia lojas que vendiam um estilo punk pronto para ser usado, nas "Sedentionaries", para os punks em melhor situação financeira. O punk pode ter causado um espanto na sociedade à primeira impressão com suas roupas de protesto e nem um pouco convencionais, no entanto, logo a moda se apropriou do estilo de rua e introduziu o conceito nas massas e até mesmo na alta moda.
Para os consumidores que não eram ricos, havia muitas butiques étnicas de baixo custo que apresentavam uma possibilidade de aparência individualizada, oferecendo opções de estilo às pessoas menos abastadas. Porém os estilos mais adotados na década de 80 eram os mais caros, por causa da prosperidade financeira as pessoas queriam assinar seu status de riqueza em suas roupas. O número de mulheres no mercado de trabalho aumentou bastante, então adotaram as ombreiras nesse ambiente competitivo como afirmação de autoridade.
A alta costura sobrevivia graças à economia em ascensão. As clientes não passavam de 2 a 3 mil no mundo todo. As roupas eram muito caras e o lucro mínimo, porém a motivação de continuar com as casas era o prestígio e status de vender produtos licenciados e "altamente lucrativos". O que realmente lucrava nas casas de alta costuram eram os perfumes, uma linha de cosméticos produzidos pela maioria das casas.
Alguns estilistas japoneses chegaram a Paris e revolucionaram em questão de conceito e execução. Rei Kawakubo criou em uma coleção, roupas que valorizava a mulher, não de forma estética, mas intelectual. Yamamoto adotou uma temática de esmaecimentodas categorias de sexo. Ambos adotando um corte e uma modelagem totalmente diferentes do que era feito em Paris.
Jean Paul Galtier resolveu desafiar o chic parisiense, porém cognominado de enfant terrible. Em sua coleção primavera-verão criou calças com frente em avental para homens, para as mulheres saias e vestidos apertados e sutiãns em formato cônico, que em 1990 foram promovidos pela cantora pop Madonna.
A Austrália mostrou-se um berço de estilistas talentosos nos anos 80. As tendências eram européias, só que mais relaxadas. Por causa do verão e das praias no país, havia uma preferência por roupas de esporte e lazer. Os jovens que praticavam surf e windsurf , personalizavam suas roupas tornando-se tendências, criando roupas que refletem as características do país.
Na Itália o boom do prét-à-porter, continua crescendo. A moda era a terceira maior indústria na Itália. Estilistas italianos chegaram a ser contradados para trabalhar em outros países europeus. Armani e Versace permaneciam na sua linha de sofisticação, enquanto havia estilistas como Moschino que zombavam da alta moda em suas criações.
O estilo Power Drassing, de ombros largos adotados pelas mulheres, era muito defendido por americanos e italianos. Havia séries de televisão, como Dallas e Dinastia, que cultuavam mulheres adeptas desse estilo.
Vemos então que a década de 80 foi marcada por um período de ostentação e favorecimento econômico, porém haviam movimentos de contracultura que se opunham e protestavam contra esse esbanjamento. Mesmo em um momento própero da economia, a alta costura tem um publico cada vez menor, escolhendo manter suas portas abertas por uma questão de reconhecimento histórico. Estilistas começam a revolucionar na temática e modelagem, incomodados com a sofisticação tradicional vigente. E é também nessa década que outros países começam a descobrir novos talentos locais e perceber a importância de ter estilistas que criem roupas visando um aspecto cultural e que atendam as necessidades do país.

Multiplicidade setentista

A costura que diretova a moda mundial desde o início do século XX declina cada vez mais desde o fim da década de 60. Nesse período os estilistas devem se adaptar à nova realidade do mundo da moda que é o prêt-à-porter. Existe nessa época uma grande número de jovens seguidores de estilos de vida diferentes. Uns adotando um estilo hippie, propagando a paz e o amor, e se preocupando com a preservação ambiental. Outros adeptos do glam rock, influenciados pelos músicos extravagantes com visuais andróginos. Mas também havia um publico que buscava roupas mais simplificadas e fáceis de usar com cores discretas e intercambiais. Era uma verdadeira sociedade multicultural.
Os estilistas souberam captar esse ecletismo e criar roupas muito apropriadas para a época. Yves Saint Laurent faz uma leitura dessa multiplicidade nas suas coleções acrescentando artesanato (muito característico do movimento hippie) nas suas criações e também insere elementos da década de 40. Alguns estilistas como Sonia Rykiel era adepta de uma antimoda e criava roupas para durarem por anos. Estilistas japoneses começavam a introduzir suas coleções em Paris, como Issey Miyake, Kansai Yamamoto, Kenzo Takada. Eles buscavam contextualizar suas coleções com os anseios daquela sociedade, porém, sem perder o seu estilo criador, desenvolvendo dessa forma uma estética oriente-ocidente.
Com o grande desenvolvimento do prét-à-porter na década de 70 outros pólos de moda começam a se pronunciar. Um deles é Milão na Itália, que além de ter uma disponibilidade de tecidos luxuosos fabricados no país, ainda tinha artifícios compensativos como transporte aéreo, hotéis e estabelecimentos comerciais espaçosos. Em 1975 Milão realiza um evento de prét-à-porter que se torna permanente para compradores e para a imprenssa internacional. Nas criações italianas há muito da sua tradição artesanal, como o tricô, e as roupas são glamurosas combinando conforto e estilo. Outro centro industrial de moda era os EUA. Os estilistas norte-americanos haviam desenvolvido o seu estilo a partir do estilo europeu. Nos EUA buscavam-se uma moda mais elegante. Calvin Klein era um grande divulgador desse estilo. Criando roupas simplificadas, práticas e intercambiáveis, uma linha própria para mulheres trabalhadoras. Klein se tornou sinônimo de estilo americano contemporâneo. Porém, havia estilistas como Stephen Burrows, que cosntruía estilos mais jovens e malucos inspirados em motocicletas e cultura afro.
Na década de 70 vigorava a cultura da boa forma, com a idéia de que tendo um corpo em forma a vida se torna mais produtiva. Com isso, a Lycra entra em grande ascensão aparecendo em colants e roupas de baixo. E com jogos olímpicos em 1972, as segunda pele começam a aparecer nas lojas.
Podemos perceber que na década de 70 havia uma grande disponibilidade de estilos que podiam ser encontrados em butiques por preços razoáveis, como por exemplo, a Mr. Freedom com a vivicidade das cores do glam rock, a Biba com uma linha toda voltada para a família, a Laura Ashley com peças que refeltiam uma vida rupestre.
A década de 70 foi de grande importância para o conceito de marca existente na moda atual. Pois é nesse período que a alta costura fica cada vez mais fraca das pernas, que os estilistas começam a implantar suas butiques de prét-à-porter, criando suas roupas não sob encomenda, mas sim para atender um público que deseja estilos novos. Porém mais do que criando para atender as necessidades de um público, esses estilistas tinham uma liberdade criadora, podendo inserir elementos de suas preferências e vivência nessas cirações. Havendo assim butiques que produziam roupas direcionadas para públicos específicos.

A riqueza e o desafio adolescente

Em 1957, a Europa acabava de mergir dos anos de carência e privações do pós-guerra. A crescente prosperidade levou ao surgimento da sociedade do descartável e do consumismo. Modas de curta duração tornaram-se a norma, roupas eram descartadas antes mesmo de estarem gastas.
Na década de 1960 a moda passou a ser estabelecida por um talentoso grupo de estilistas em Londres. O aspecto mais significativo dessa mudança foi que a moda começou a se concentrar no jovem médio da rua e não mais num pequeno grupo seleto. O traje que simboliza a década de 60 é a minissaia, na altura da coxa, era usado com cortes de cabelo geométricos e suéteres canelados justos.
Gradualmente a alta moda começa a declinar ao mesmo tempo que o grupo de clientes ricos diminuía. Yves Saint Laurent foi o primeiro a introduzir modelos mais joviais na alta costura.]
Em 1964, Courrèges, lançou uma coleção decididamente moderna, exibida em uma sala pequena, toda branca, ao som insistente de tambores. Dos inúmeros conjuntos de calça que surgiram nesse período, os de Courrèges eram os mais avançados.
Com seu modelos ultramodernos, Cardin adentrou o movimento futurista da moda juntamente com Courrèges e Ungaro.
A corrida espacial também teve sua influência na moda, assim com a Op e Pop Art. Modelos com estampas de Mondrian, em forma de "saco de papel", roupas de esqui estampadas.
Os jovens eram impulsionados a comprar pelo menos um look novo por semana. Saiam as ruas desfilando suas roupas e inspecionando as butiques a procura de novidades.
A indústria têxtil pesquisava e desenvolvia tecidos artificiais, mistura e acabamentos especiais. Chegou-se até a comercializar roupas de papel, que eram vendidas como descartáveis, mas na verdade resistiam a até três lavagens e podiam ser passadas.
Foi um momento muito importante, onde grandes marcas nasceram e se constituiram no mercado. E pode-se dizer que foi o surgimento da moda como a conhecemos hoje, rápida, dinâmica, moderna e revolucionária.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

1946-1956 Feminilidade e conformismo




Período pós Segunda Guerra Mundial, a Europa estava devastada politicamente, com uma infra-estrutura destruída e economicamente abalada. Foi chamada “era da austeridade”, pouco dinheiro e bens, e o racionamento continuava a retardar o desenvolvimento da indústria de moda. Os EUA, que saíram quase intactos da guerra, distribuíram ajuda financeira (Plano Marshall) para os países mais afetados.
A moda refletiu o gradual crescimento da prosperidade. Paris aos poucos, se recuperando da ocupação alemã, foi se restabelecendo como o mais alto ponto de moda no mundo. Foi nesse período que grandes marcas, hoje mundialmente conhecidas, criaram raízes pra construir seu império. Grandes estilistas como Christian Dior, Cristóbal Balenciaga e Pierre Balmain.
Os estilistas compreendiam a necessidade psicológica de mudança e estavam começando a se afastar do perfil quadrado da guerra. Dior foi um dos pioneiros a explorar esse conceito. O estilo romântico foi resgatado, as roupas eram feitas para realçar a feminilidade de mulheres que por muito tempo, devido à escassez e racionamento de tecido, usavam roupas que não definiam nem uma única forma de seus corpos, roupas que somente seguiam o seu princípio mais primitivo, esconder a nudez e proteger do tempo. O seu “New Look” mostrava o anseio dessas mulheres de se sentirem bem vestidas, elegantes e bonitas novamente. A nova proposta, obviamente, não foi aceita por todos de imediato. Foi vista por muitos como um desperdício desnecessário de tecido, numa época que ainda se preocupava com a falta de matéria-prima.
Mesmo com alguma relutância de uma parte da sociedade o “novo” foi bem aceito pela elite que já podia começar a se dar ao luxo de adquirir tais peças. Um ano depois os modelos já chegavam ao mercado de massa, e as boas cópias de Paris eram a segunda melhor coisa na costura. A tradição de fazer vestidos em casa era altamente disseminada através de revistas de moda que voltaram a disponibilizar moldes em suas edições.
Apesar dessa corrente da moda começar a se estabelecer como dominante, grupos de jovens que se aproximavam por uma ideologia em comum, desenvolviam estilos próprios, com atitudes rebeldes e que visavam ir contra a moda vigente. A juventude insatisfeita rejeitava a aparência limpa e o conformismo da geração de seus pais e cultivavam uma aparência desleixada. Um dos grupos marcantes da época foram os “motoqueiros durões”, com as jaquetas de couro, ou os que tinham um visual rock’n roll com penteados cheio de brilhantina e um grande topete, exemplificado por Elvis Presley. Por mais que esses grupos minoritários desafiassem a corrente principal da moda, nunca passaram de uma vertente marginalizada.
Duas grandes mudanças do período pós-guerra, a retomada da produção de roupas de baixo, com a utilização da fibra sintética, o nylon. Foi um ramo da indústria têxtil que também não tinha nenhum glamour durante a escassez e racionamento, assim como a indústria de cosméticos, que voltou a produzir uma variedade imensa de maquiagens e produtos de beleza.
Foi um período de mudanças intensas para a sociedade que queria acima de tudo voltar a viver normalmente e esquecer o período obscuro e doloroso que sofreram durante a guerra. Homens, mulheres, jovens buscavam uma maneira de voltar à sua rotina e aos poucos irem recomeçando suas vidas, a moda foi um dos caminhos importantes nesse sentido por trazer uma nova “identidade visual”, uma mudança completa no vestuário que essas pessoas foram obrigadas a aceitar e que era carregado de terríveis lembranças, mas que agora faziam questão de esquecer.

A moda racionada e o estilo caseiro.

Em tempos de paz, sempre o consumo foi ostensivo. Já em tempos de guerra, esse consumo passa a ser mais racionado. As mulheres têm seu guarda roupa com somente as peças necessárias. A produção de tecidos é voltada para fins da guerra, a lã destinada aos vários uniformes militares e a seda confiscada para a produção de para quedas.
Semanas após a guerra ser declarada, estilistas de Paris e Londres lançam seus modelos enfatizando a praticidade. Em 1940, os Alemãs ocupam Paris e uma ação do governo hitlerista era tomar a influência que paris tinha perante a moda e transferi-la para Berlin, com a intenção de Hitler de transforma-la na capital cultural do mundo! Após longas conversas, percebeu que não seria viável esta ação! O governo alemão delimitava quais as familias franco-alemãs que as maisons iriam atender até o número limite para cada coleção.
O racionamento controlava o consumo civil, porém lojas destinadas ao público masculino não pararam de trabalhar para poder atender a demanda de uniformes.
Em 1943 foi lançada uma campanha para que as pessoas fizessem com que suas roupas durassem o máximo possível. Esta campanha foi promovida pela imprensa. Esses atos sempre eram característicos de pessoas mais pobres, porem, em tempos de racionamento da segunda guerra, esses atos foram encorajados também para as familias mais ricas.
As mulheres sempre eram pressionadas socialmente para estarem bem vestidas em todas as ocasiões. Apesar de ser difícil, tendo que cuidar da familia, serviços de casa e trabalhos relacionados a guerra. Este, onde tudo que era excesso nas roupas ou que poderia agarrar em alguma maquina era cortado ou escondido, os cabelos eram presos ou cobertos por tecidos, os bolsos foram para tras.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

1930-1938 Recessão e Escapismo

Um acontecimento que grande relevância para a industria da moda no século XX foi o crash da bolsa de Nova Iorque. Foi uma época de desemprego em massa, de pouco desenvolvimento e de simplificação das roupas criadas pelos estilistas.
Nesta época existiam três grandes polos de moda no mundo, Nova Iorque, Londre e Paris. A moda americana recebeu seu grande impulso quando Wallis Simpson chamou o estilista Mainbocher para desenhar seu vestido de noiva para o casamento com o príncipe de Gales, Eduardo VIII.
Na década de 30, foi quando os estilistas começaram a voltar com uma silhueta com curvas e deixar o visual reto da decada anterior de lado! Em vez de achatar os seios, foram usados sutiãs mais estruturados e as cinturas eram controladas novamente por espartilhos.
Na Grã-Bretanha, a beleza começou a ficar ligada saúde, e com isso a vestimenta das mulheres foram se adaptando, começou a ser usado shorts e meias soquetes e os trajes de banhos ficaram menores e mais cavados na frente e nas costas e com a ajuda de tecidos elasticos passaram a modelar mais o corpo. O tom de pele bronzeado era presente nas mulheres e o uso de oculos escuros eram cada vez mais aclamados, bem diferente do estilo la garçonne da decada anterior.

Imagem do filme Desejo e Reparação, que se passa na década de 30.
Os decotes nas costas eram muito populares na época.
 "Na estrutura dessas tendencias gerais da moda, boa parte da inspiração dos estilistas vinha de fontes históricas e escapistas: o glamour hollywoodiano, o neoclassicismo, a revivescência vitoriana, o surrealismo e a tradições de vestuário etinicas"
Os filmes de Hollywood tinham grande influencia na moda da década. O figurino era importante no sucesso de um filme e grandes quantias eram gastas para a confecção do mesmo. Porem, os estúdios de Hollywood ainda eram muito dependentes da moda de Paris e quando as bainhas das roupas desceram, eles perderam muito dinheiro, pq os filmes foram considerados antiquados.

Cena do filme Tonight or Never,
que conta com o figurino de Chanel.

Para evitar outra grande perda de dinheiro, Channel foi contratada para desenhar o figurino dos atores dentro e fora das telas. Somente três filems foram feitos com o seu figurino, pq eles foram considerados muito simples e discretos. Muitos estilistas passaram pelos estudios de Hollywood, porem, com o tempo, eles perceberam que precisaria ter criadores especializados em figurino, se diferenciando dos estilistas da moda de elite.

O fato de se vestir também era importante para a parte masculina. Suas vestimentas também buscavam inspirações nos astros do cinema como Ronald Colman, Cary Grant e Gary Cooper. Para as situações formais, eles continuam a usar ternos escuros e o fisico se assemelha muito com o que é buscado pelas mulheres, a aparencia atletica e saudavel. Por isso os ternos eram mais encorpados e estruturados com o modelo "drapeado" ou com "corte londrino".


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mudanças de Hábitos

A primeira guerra mundial gerou muitas mudanças no vestuário, principalmente o feminino. Nesse período onde os homens vão para os campos de guerra, as mulheres assumem o lugar deles na sociedade, mudando assim os hábitos e consequentemente o vestuário.
Em tempos de guerra o estilo militar é refletido na indumentaria, com o uso da cor cáqui, cintos acima da cintura, jaquetas, e é nesse momento que aparece os primeiros bolsos nas roupas femininas.
O desejo que uma vida mais pratica é percebido na moda quando surge as camisas femininas sem abotoamento, vestidas pela cabeça. As mulheres também começam a adotar roupas bifurcadas para o trabalho. Devido a toda esse movimentação da vida operaria surgem os primeiros sutiãs para dar sustentação aos seios.
Em 1920 a moda segue duas vertentes. Uma tradicionalmente feminina, evocando os modelos históricos, com rendas, fitas , saias esvoaçantes etc. Já a segunda nomeada de “La garçonne” se apropria de um estilo andrógino, jovial, meio moleque. Essa segunda vertente causou uma mudança drástica no físico, adotando agora um corpo delgado e esbelto. Os espartilho nesse período não foi dispensado, ele agora servia para suprimir as curvas.

Gabrielle Coco Chanel,foi uma figura importantíssima nessa época, revolucionando com sua simplicidade, trazendo tecidos como o Jersey(usado para as roupas debaixo) para as criações de moda. Foi a primeira pessoa a nomear um perfume com seu próprio nome, que tinha o frasco desenhado por ela, inspirados nos elementos cubistas da época. Coco Chanel divulgou de forma muito competente o estilo “La garçonne”, introduzindo peças masculinas do vestuário feminino, usando calças em situações comuns... E ornamentando esses looks, ela preferia jóias falsas e semi-preciosas, pois as jóias tinha agora a função de ornamentar e não ostentar.

A simplificação do vestuário se estenderam ao vestuário masculino também, aceitando cada vez mais as roupas informais e eliminando as categorias de, roupa para o campo, roupa para a cidade, noite, dia etc. Alguns homens insatisfeitos com as formas criadas pelos estilistas criam o Menś Dress Party que reivindicava roupas que oferecessem “estética,conveniencia e higiene”.
Entre 1925 e 1929 a moda penetra em todas as camadas da sociedade. Isso foi possível por causa do surgimento das casas de copias, os jornais começam a publicar moldes gratuitos, começam a surgir pessoas responsáveis em fazer aconselhamentos de moda... A alta costura já não tem mais sua exclusividade, pois os produtos da alta costura nesse período é filtrado até atingir os níveis mais baixos da sociedades. Inicia -se então a popularização da moda.

domingo, 12 de setembro de 2010

A Era eduardiana, era da opulência!

1900 a 1913, um espaço muito curto de tempo, historicamente falando, mas não para a moda. Foram anos de muita elegância, ostentação, excessos e exotismos e também o período que antecedeu a I Guerra Mundial. As roupas já eram sinônimo de status social, Paris continuava sendo a capital da alta moda e as etiquetas que indicassem sua origem parisiense significavam que seu dono com certeza vivia muito bem financeiramente. A ditadura da moda era seguida rigidamente, e qualquer um que tentasse se arriscar um pouco mais era colocado de lado, ganhava vários olhares tortos e então era excluído das altas rodas se não voltasse ao “normal”. Uma sociedade de poder e nível social elevados, que viviam de passatempos amenos, como caminhar pela esplanada de Biarritz (uma cidadezinha francesa muito freqüentada no verão) ou cavalgar na Rotten Row, em Londres.

As mulheres usavam camadas intermináveis de roupas, se vestir era algo extremamente trabalhoso que elas nunca conseguiriam fazer sozinhas, por isso a criada sempre ao lado para ajudá-las. Eram muitas roupas de baixo, o espartilho que apertava e definia o corpo, transformando-o em um “S”. Sem falar nas roupas externas que também era um exagero. Vestimentas nada confortáveis, que obrigavam a coluna e pescoço a ficarem eretos, golas altas (colarinhos altos, para os homens) para manter a cabeça numa postura arrogante. Rendas, babados, aplicações em pedras, bordados, tudo isso fazia parte do extenso guarda-roupa. Os acessórios também eram apreciados (e recomendados), obrigatórios em alguns casos, como os chapéus, sombrinhas para mulheres e bengala para os homens. Os chapéus femininos eram incríveis, um mais criativo que o outro, com penas/plumas, laços gigantescos e grandes, muito grandes. O vestuário masculino não sofreu uma grande mudança, foram se tornando menos formais com o tempo, mas não perderam a elegância do terno e gravata.

As cores eram muito suaves, a maioria em tons pastéis. Tons mais fortes e vibrantes foram acrescentados ao vestuário pela influência dos figurinos brilhantes e coloridos dos Ballets Russes de Léon Bakst. Vestidos multicoloridos das damas eram pontuados pelo preto e branco de seus acompanhantes.

Catálogos de moda começam a surgir nas lojas de departamento, e as “tendências” de moda divulgadas em cartões-postais e cartões de cigarro. A moda também começa a ser inserida na imprensa, jornais e revistas na França e Londres, primeiramente. As mulheres que não tinham condições comprar roupas tão caras tinham a opção dos moldes de papel e costuravam elas mesmas em suas casas. Ou então, o caso dos mais pobres que compravam roupas de segunda mão e dependiam da caridade.

“A era da opulência” termina com o inicio da guerra, obrigando que ostentação exagerada dê lugar a uma sobriedade forçada.

domingo, 5 de setembro de 2010



Um sarau é um evento cultural ou musical, realizado geralmente em uma casa particular, onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente. Um sarau pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música e também outras formas de arte como pintura e teatro. Era um evento bastante comum no século XIX, e hoje em dia, por seu caráter de inovação, vem ganhando espaço novamente.
Estas reuniões eram muito importantes e prestigiadas, pois era uma das poucas oportunidades em que as moças podiam sair de casa e ter um contato mais próximo com os rapazes. Era o momento em que se conheciam, conversavam, dançavam juntos e até flertavam.
Na última quinta-feira, envolvidos em uma atmosfera de contos, poemas, músicas e aforismos,
relembramos um típico sarau do século XIX, com direito à personagens caracterizados, doces e vinho.
Assistimos partes do filme "Orgulho e Preconceito", onde pudemos observar as vestimentas, as festas
e o comportamento da época, além de cenas de balés tradicionais.
Autores como Aluizio Azevedo, Castro Alves, Machado de Assis, entre outros, embalaram a noite.
E o final não poderia ter sido diferente, nosso primeiro sarau foi fechado com chave de ouro, ao som de Chiquinha
Gonzaga, ousada compositora, maestrina e abolicionista.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Origens

          As mulheres do século XXII só poderiam ocupar o posto de costureira de ajuste, e que havia perseguições impiedosas para aquelas que tentavam constituir uma clientela. Porem, em 1675, o Rei Luís XIV estabeleceu uma ordem de que mulheres poderiam se estabelecer no cargo de mestras costureiras alegando que seria de bom-tom que as mulheres poderiam se vestir com pessoas do mesmo sexo quando sentisem vontade. Essas mestras costureiras se dividiam em 4 categorias: costureiras de vestuário, costureiras de roupas infantis, costureiras de camisaria e costireira de acabamento.
Vestido de Maria Antonieta, confeccionado por Rose Bertin
          Apartir de 1782, quando elas poderiam confeccionar corpetes, espartilhos e criolinas algumas delas se destacam e ficam para a posteridade como Rose Bertin (Luís XVI), Madame Palmyre (Carlos X), Mademiselle Beaudrant (Luís-Felipe)...
         A moda era levada muito a sério naquela época, o que seria ou não usado era dito via decretos pelas assembleias das corporações. As mudanças da moda eram muito lentas! Só acontecia alguma mudança rápida na moda, quando um soberano se casava com alguma princesa estrangeira, então as novas formas eram adotadas segundo o gosto da nova rainha!
         Muito interessante também foi como grandes nomes ficaram para a história pelos seus feitos significativos na industria de moda da época.
Charles Worth ele apresentava as suas clientes peças de roupas já prontas, confeccionadas e dizia: "Não quero que as pessoas encomendem suas roupas. Se encomendassem, eu perderia metade de meu comercio!
Jacques Doucet, amigo de Degas e Monet, ele incorporava das artes plasticas  a justaposição de cores, obtidas graças a transparência dos tecidos!
Ilustração de Paul Poiret
Paul Poiret revolucionou a industria da moda, foi o primeiro a incorporar linhas de produtos relacionadoos a sua marca, alem de vestuário. Criou linhas de fragrancias, higiene e beleza.
         Na industria da moda, ouve um grande acontecimento onde mudou o mercado. Foi quando costura e confecção se destinguem! A costura veste as mulheres sob medida e na confecção se cria uma peça para depois a venda ocorra. A confecção ocorre risco de estocagem,porem com o tempo, cada lado percebeu as vantagens e desvantagens de seus negócios. Uma procura o luxo e a outra em busca de uma maior competitividade, acaba se padronizando e isso acaba por fim criando e se moldando em suas classes  sociais distintas.


Texto baseado na atividade de "perguntas e respostas" em sala de aula! 

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

E a crítica de moda?

Antes sec. XIX o trabalho dos costureiros era visto apenas como um ofício, porem a partir dessa data, eles começam a reivindicar seu reconhecimento como artista. Frederick Worth, Pai da alta costura foi o primeiro costureiro a assinar suas roupas. Em 1913, Paul Poiret afirmou que não era um costureiro e sim um artista. Mesmo assim os estilistas até hoje não conseguiram o seu reconhecimento como artistas. Mas, qual é a razão disso?

De acordo com Lars Svendsen escritor do livro, Fashion: A Philosophy, uma dessas razões é que, a crítica de moda precisa evoluir pra se igualar com a crítica de arte. As mídias de moda atuais na verdade são extensões das casas de moda. Elas não fazem uma avaliação dos designers e sim marketing. Para a moda evoluir, o designer precisa ser desafiado. Mas como isso será possível se os críticos de moda são servidores dos designers?

As criticas positivas em nada acrescentam. Mais do que criticas negativas a moda necessita de uma critica séria. De acordo com Lars para se fazer uma avaliação quatro aspectos são importantes, são eles: descrição; contextualização; comparação; interpretação. A partir desses elementos podemos pensar sobre uma coleção e fazer o seu julgamento. Quando se faz uma critica negativa, a sua identidade fica exposta. Portanto ao se fazer uma critica, devem-se ter justificativas. O próprio significado da palavra critica é julgamento, sendo assim os críticos nada mais é do que um jure que dará um veredito, eles que iram atribuir valores àquelas criações. Dessa forma, os críticos devem cada vez mais se preocupar em fazer uma avaliação no seu aspecto mais essencial, caso contrário a moda continuará durante muito tempo ainda na sua caminhada em busca de seu reconhecimento como arte.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

E afinal de contas, moda é arte?

Para se discutir moda precisa-se de um ponto de vista, e o ponto de vista abordado aqui será o artístico. Definir se moda é arte ou não é um assunto complicado e cheio e oposições. Alguns autores acreditam que a moda não se encaixa na categoria de arte pelo fato de ela ser sensível as mudanças e porque ela esta intrínsecamente unida ao industrialismo.
Porém outros autores acreditam que a relação do modista e do freguês é uma relação próxima entre consumidor de arte e produtor. Se o costureiro ao criar resolve o equilíbrio entre linhas, cores, formas, ritmos e volumes assim como o escultor e o pintor, buscando uma forma que é a medida do espaço, por que ele não pode ser considerado um artista?
A moda está completamente ligada as corrente estéticas do seu tempo. Podemos ver com facilidade as formas da arquitetura refletidas na moda, como no estilo gótico por exemplo, onde as roupas lembram claramente as formas das catedrais. Porem a moda também pode influenciar a arquitetura, assim como ocorreu no funcionalismo onde as formas ditadas pela moda formam refletidas mais tarde nas construções arquitetônicas. A pintura também estabelece um dialogo com a moda, contribuindo com desenhos para estampas, esquemas cromáticos, etc. Artista plásticos fizeram criações para moda, como Salvador Dalí(vestidos e acessórios), Giorgio de Chirico, Miró e André Masson(figurinos para os bale russo).E a moda também influencia a pintura, pois ela impõe suas formas à tela. Ela interfere na composição com suas linhas e ritmos de saias,mangas e penteados...
A moda, porem, apesar de estar ligada as correntes estéticas e fazer parte delas se diferencia das outras artes, se tornando assim uma estética especifica. Ao observar um quadro, uma escultura ou projeto arquitetonico, eles apresentam apenas uma face ao observador , apresentando-se apenas de forma estática, enquanto a vestimenta sempre está vunerável as transformações de acordo com cada movimento. Cada gesto, cada alteração do corpo dá a roupa um nova forma, (re)construindo desenhos constantemente.
Então, para se julgar um quadro leva-se em consideração o desenho, a composição e o equilíbrio das cores. Mas para julgar uma roupa, a mobilidade, a forma, a cor e o tecido são caracteristicas essenciais.
Então, não se pode negar que desde o inicio da historia da arte até a contemporaniedade temos relatos de que moda e arte caminham sempre juntas, e apesar, da moda ser tão problematizada enquanto arte, ela aponta desejos, necessidades e insatisfações de uma sociedade assim como a arte.