sábado, 4 de dezembro de 2010

Ostentação e Contraposição

Os anos 80 foram anos prósperos economicamente. a nostalgia estava em voga, valorizando artigos mais antigos, porém vigoravam tendências enfatizando os aspectos negativos do período, como o estilo punk. O movimento punk nasceu em Londres em 1976, contruído por jovens estudantes desempregados. Vivienne Westwood e McLaren contribuíram muito na formação da identidade punk, pelo fato de terem produzido o visual do Sex Pistols. Além de Londres, o moviento se desenvolvia também em Nova York, eram jovens anarquistas, niilistas e seu visual era muito controverso ao visual hippie cheio de cores e psicodelia, o estilo punk era quase totalmente preto.
As roupas eram feitas em casa, compradas em lojas de roupas usadas ou excedentes do exército. Porém havia lojas que vendiam um estilo punk pronto para ser usado, nas "Sedentionaries", para os punks em melhor situação financeira. O punk pode ter causado um espanto na sociedade à primeira impressão com suas roupas de protesto e nem um pouco convencionais, no entanto, logo a moda se apropriou do estilo de rua e introduziu o conceito nas massas e até mesmo na alta moda.
Para os consumidores que não eram ricos, havia muitas butiques étnicas de baixo custo que apresentavam uma possibilidade de aparência individualizada, oferecendo opções de estilo às pessoas menos abastadas. Porém os estilos mais adotados na década de 80 eram os mais caros, por causa da prosperidade financeira as pessoas queriam assinar seu status de riqueza em suas roupas. O número de mulheres no mercado de trabalho aumentou bastante, então adotaram as ombreiras nesse ambiente competitivo como afirmação de autoridade.
A alta costura sobrevivia graças à economia em ascensão. As clientes não passavam de 2 a 3 mil no mundo todo. As roupas eram muito caras e o lucro mínimo, porém a motivação de continuar com as casas era o prestígio e status de vender produtos licenciados e "altamente lucrativos". O que realmente lucrava nas casas de alta costuram eram os perfumes, uma linha de cosméticos produzidos pela maioria das casas.
Alguns estilistas japoneses chegaram a Paris e revolucionaram em questão de conceito e execução. Rei Kawakubo criou em uma coleção, roupas que valorizava a mulher, não de forma estética, mas intelectual. Yamamoto adotou uma temática de esmaecimentodas categorias de sexo. Ambos adotando um corte e uma modelagem totalmente diferentes do que era feito em Paris.
Jean Paul Galtier resolveu desafiar o chic parisiense, porém cognominado de enfant terrible. Em sua coleção primavera-verão criou calças com frente em avental para homens, para as mulheres saias e vestidos apertados e sutiãns em formato cônico, que em 1990 foram promovidos pela cantora pop Madonna.
A Austrália mostrou-se um berço de estilistas talentosos nos anos 80. As tendências eram européias, só que mais relaxadas. Por causa do verão e das praias no país, havia uma preferência por roupas de esporte e lazer. Os jovens que praticavam surf e windsurf , personalizavam suas roupas tornando-se tendências, criando roupas que refletem as características do país.
Na Itália o boom do prét-à-porter, continua crescendo. A moda era a terceira maior indústria na Itália. Estilistas italianos chegaram a ser contradados para trabalhar em outros países europeus. Armani e Versace permaneciam na sua linha de sofisticação, enquanto havia estilistas como Moschino que zombavam da alta moda em suas criações.
O estilo Power Drassing, de ombros largos adotados pelas mulheres, era muito defendido por americanos e italianos. Havia séries de televisão, como Dallas e Dinastia, que cultuavam mulheres adeptas desse estilo.
Vemos então que a década de 80 foi marcada por um período de ostentação e favorecimento econômico, porém haviam movimentos de contracultura que se opunham e protestavam contra esse esbanjamento. Mesmo em um momento própero da economia, a alta costura tem um publico cada vez menor, escolhendo manter suas portas abertas por uma questão de reconhecimento histórico. Estilistas começam a revolucionar na temática e modelagem, incomodados com a sofisticação tradicional vigente. E é também nessa década que outros países começam a descobrir novos talentos locais e perceber a importância de ter estilistas que criem roupas visando um aspecto cultural e que atendam as necessidades do país.

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